Quem
nunca namorou um dia que atire a primeira pedra. Junho, mês dedicado aos
namorados, ou, como queiramos, ao namoro. Fase doce, de paixão, descobertas,
emoções intensas. Quem nunca amou que atire a primeira pedra, não é mesmo?
Quase todos já sentiram aquele frio na barriga, ansiedade e intensa vontade de
ver o ente eleito pelo coração. Tempo de conhecimento, planos, quem sabe
projeto para formação de uma família. O namoro, aliás, quase sempre precede a
família. Porém, em alguns casos o namoro vai a falência depois da formação da
família. Em algumas ocasiões a evolução de namoro para casamento com o passar
dos anos torna-se uma involução. Ou seja, declina o interesse, o desejo, a
vontade de namorar o outrora eleito. No entanto, não precisava ser assim, não
mesmo. Fôssemos mais cuidadosos e não deixássemos de namorar nosso cônjuge e
certamente viveríamos mais felizes. Dirão alguns que os anos tratam de esfriar
a relação. Outros acrescentarão que o desgaste é natural e faz parte de
qualquer relacionamento. Reservo-me o direito de discordar. Os anos não
precisam ser cruéis com os antigos namorados. Ao contrário, o passar do tempo
deveria servir para o crescimento da admiração e o aumento do amor. Algumas
pessoas baseadas em pesquisas dirão que a paixão tem um prazo de validade. Tudo
acaba, tudo! Ai eu pergunto: Mas que pesquisa é essa? Conheço vários casais que
não dão bola para essas pesquisas e seguem apaixonados, amando-se... pode ser
que tenham perdido a intensidade, mas em contrapartida ganharam em qualidade.
Amam-se muito mais, sentem-se muito mais, enfim, completam-se...
O
afrouxamento dos laços de família equivale ao recrudescimento do egoísmo.
Penso, então, que o cultivo do namoro entre os casais equivale a apertar os
laços de família e, conseqüentemente, aumentar o altruísmo.
Falta
um pouco de namoro ao nosso mundo, falta um pouco de paixão... um amor
apaixonado que ultrapasse as barreiras do tempo e do espaço. Um amor que se
estenda e que seja eterno. Os mais pessimistas afirmarão enfaticamente que um
amor desse tipo é impossível aqui na Terra. Reservo-me novamente o direito de
discordar. Conheço um casal que cultivou esse namoro, ou melhor, ainda cultiva.
A mulher inválida há mais de 27 anos e o eterno namorado ainda a chama de
paixão... Aliás, faz até festa no dia que se comemora o aniversário de
casamento. A esposa já nem fala, não articula uma única palavra. O que importa?
Ora, não são os corpos que se amam, mas, sim, as almas. E as almas entendem-se
com o olhar. Enfim, aquelas almas se amam. Obviamente que não são almas gêmeas,
porém, certamente, almas afins.
Desejo
um pouco mais de namoro na vida de todos nós. E quem não tem namorada ou
namorado? Não tem problema. Namore um ideal, um projeto, namore o mundo, a
vida, as pessoas, mas não deixe de namorar. Nosso mundo precisa de namoro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário