O futebol nosso de cada dia



Adoro futebol e não o considero alienante. É um esporte, nada mais, nada menos. Um esporte amado pelo povo brasileiro, um autêntico entretenimento que se bem entendido faz bem ao corpo e à alma. Há os mais críticos que julgam não termos de nos interessar por futebol. Discordo deles. Há também a turma da elite  que considera o futebol do povão, aliás, para alguns futebol é coisa de espírito atrasado. Santo preconceito! Mas é interessante demais o fascínio que o futebol exerce no ser humano, principalmente nos brasileiros. Eu mesmo quis ser jogador, craque de seleção. Faltou-me capacidade. Mas, enfim, vamos ao que interessa. Dia 23 de maio – quarta feira - vi torcedores do Corinthians chorando de emoção após a vitória sobre o Vasco da Gama pela Copa Libertadores da América. Todos os grandes de São Paulo têm esse título, menos o Timão. Por isso o gol de Paulinho fez o corintiano extravasar. Era sentimento puro, amor, devoção... Acho legal isso. Faz parte da vida, torcer, vibrar, comemorar... Todavia, o mais bacana será quando chorarmos com a mesma emoção as agruras do próximo e valorizarmos com a mesma intensidade que valorizamos o futebol temas tão importantes para nossa sociedade como política, saúde e educação... Será legal também quando vibrarmos pela vitória do outro, ou vibrarmos quando nosso país ganhar um prêmio Nobel. Já ganhamos? Ainda não! Talvez o dia que inventarem o prêmio Nobel de Futebol é bem provável que tenhamos chance de vencer.

Brincadeiras à parte, não quero ser chato. Não precisamos excluir o futebol de nossas vidas, basta darmos o valor que damos a ele a outros temas de relevância. Sou a favor do esporte, do Corinthians, Flamengo, Palmeiras, mas sou também a favor de que lancemos nosso olhar para além dos campos futebolísticos. Nossa vida deve ser mais ampla do que as quatro linhas do gramado. Afinal, 2012 é ano de eleição, temos de escolher prefeito e vereador. Temos de observar os candidatos, analisar as propostas, verificar o que foi feito, se promessas foram cumpridas, se nossos líderes foram coerentes com o que propuseram outrora. Depois, meus amigos, depois das eleições não adianta chorar o gol contra ou o pênalti perdido. Ai será tarde demais. Copa Libertadores da  América temos todos os anos, mas eleições para prefeito só de... Bom, deixa pra lá! O mais importante é saber que nesse quesito temos de estar todos no mesmo time. Palmeirenses e corintianos atentos ao que vai rolar no processo eleitoral, nas propagandas e tudo que envolver o interesse coletivo. Eis uma boa causa para torcedores rivais darem as mãos e começarem por ai a tão sonhada paz.

Que as lágrimas de alegria dos Corintianos revertam-se em lágrimas – e atitude -  da população que se indigna com as Cachoeiras que ocorrem neste país... Cachoeiras que inundam a dignidade do povo brasileiro.

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