Dificuldade financeira do ORADOR ESPÍRITA


Com seu verbo inflamado percorria diversas cidades levando com alegria o esclarecimento da Doutrina Espírita.

E para esse mister não media esforços, colocando-se sempre à disposição das diversas Casas da região onde residia.

No entanto, em determinado período de sua existência passou por complicada situação financeira. Perdera o emprego e contas avolumavam-se em suas gavetas, exigindo débito imediato.

Todavia, à medida que as contas chegavam os convites para palestras também.

As Casas Espíritas que visitava faziam questão de reembolsá-lo quanto às despesas de combustível e alimentação, algo justo e natural.

Mais eis que para tudo tem uma primeira vez. E, certa vez, o orador viajou à cidade distante e não recebeu o reembolso referente ao combustível.

Os responsáveis pelo evento nada comentaram, e, constrangido, restou-lhe o ônus de arcar sozinho com as despesas.

Em face disso, teve que deixar de pagar a conta de energia de sua casa, o que gerou sérios problemas familiares...

É verdade que o orador deveria ter aberto o jogo com a Casa Espírita. No entanto, também é verdade que a Casa Espírita deveria ter a sensibilidade de perguntar a ele quanto às suas condições econômicas. Nada de melindres, perguntar não ofende.

As dificuldades financeiras são espinhosas; espinhosas e democráticas, porquanto apoquentam até mesmo o orador espírita, além do que, assim como todos, ele também está sujeito às contas no final do mês.

E elas, as contas, não perdoam ninguém, como sempre, de 30 em 30 dias surgem intrépidas: água, energia, escola, mercado, impostos...

Por isso é de suma importância que a Casa Espírita, ao promover o evento, manifeste-se com relação às despesas do orador espírita. Nada além disso, haja visto que o trabalho é realizado de forma voluntária, por isso o orador espírita não cobra nada pela sua palestra, apenas necessita do reembolso justo.

Em minhas andanças pelo Estado de São Paulo não tenho enfrentado problemas com relação ao reembolso das Casas Espíritas, a maioria delas costuma entender essa problemática.

Entretanto, em alguns lugares por onde passei nada perguntaram e, portanto, fiquei a “ver navios”. Conheço confrades que também passaram por isso. Acredito que não seja proposital, tratando-se, pois, de pura falta de atenção dos dirigentes das Casas.

Talvez este artigo seja um tanto quanto antipático e cause melindre em algumas pessoas, todavia, é um lembrete importante e justo, porquanto, no final do mês as contas vencem, a do orador espírita também.

Pensemos nisso.


Wellington Balbo – Bauru - SP

Um comentário:

Abel Sidney disse...

"O que é combinado não é caro", diz a expressão popular.

Daí que, na minha opinião, há que se conversar abertamente antes de se acertar viagens para se realizar palestras.

Um argumento amenizante pode ser este: "olha, eu gostaria muito de dispor das condições de bancar o transporte e a hospedagem, mas na impossibilidade de arcar com estas despesas, conto com a casa, com os companheiros..."

Ou, se nos permitem a sinceridade os laços fraternos já consolidados de mais data, sejamos francos e diretos: "posso realizar a palestra, porém não disponho dos recursos para a viagem, a hospedagem e a alimentação..."

Como é comum que fiquemos hospedados na casa de algum companheiro (quase isso é possível e/ou desejável) a despesa do transporte, gasolina ou passagem de ônibus é "mais do que justa".

Aqui em Rondônia ninguém convida oradores de fora na expectativa de que venham com recursos próprios. Combina-se tudo antes, sem nenhum constrangimento!

É isso. Abraços e continue firme na sua lide com as palavras, na divulgação espírita!!

PS.: Estarei palestrando no dia 20, em Catanduva, na "Associação Espírita O Semeador" em Catanduva.