por Wellington
Balbo
A
vida na Terra é feita das mais diversas provações. São testes que como alunos
da vida temos de passar para, enfim, obtermos o diploma e o conhecimento
necessários para irmos adiante, avançando na hierarquia dos mundos e podendo,
então, crescer como espíritos imortais. A Terra é apenas uma escola, um estágio
evolutivo e não ficaremos nela para sempre.
Portanto,
as provas podem ser vistass como desafios que são necessários ao nosso
aprimoramento. Temos de passar por elas, não adianta adiar.
Esta
introdução é para mostrar que por mais complicados sejam nossas provas podemos
vencê-las realizando esforços. E que esforço deve realizar uma mãe e toda
família ao decidir levar adiante a gravidez de um feto anencéfalo. Não queremos
aqui minimizar o sofrimento de quem quer que seja, tampouco sermos juízes
julgando implacavelmente o comportamento alheio. Sabemos das dores, ou melhor,
imaginamos que sejam dores pungentes.
No
entanto, o que queremos aqui é mostrar um outro ponto da questão, o lado espiritual.
Alunos em trânsito por esta escola temporária é de suma importância que nos
atentemos para o fato de que nossa história não começa aqui, ao nascermos.
Somos espíritos milenares carregando bagagens e necessidades evolutivas das
mais diversas. Somos seres bem antigos, temos biografia espiritual, temos
história...
O
filho que trazemos no ventre, seja com ou sem cérebro é, acima de qualquer
coisa um espírito que necessita passar por esta prova. Em face de tão grave
realidade fica o questionamento:
Será
útil para aquela criatura que abrigamos no ventre interromper a gravidez? E a
sua realidade, suas necessidades evolutivas? Será justo pensarmos apenas em
nosso sofrimento e esquecermos de que ali está um espírito imortal que precisa
de nosso amor e carinho? Lembro da querida educadora Maria Montessori que
afirmava que a educação começa no ventre. Será que poderíamos praticar esta
educação da alma com relação ao filho que temos em nosso seio? Será que
poderíamos dizer: Eu te amo, você é amado e poderá nesta encarnação viver
poucas horas, mas ainda assim será amado e retornará, quem sabe, à nossa
família para darmos prosseguimento a nossa história.
Ah,
a reencarnação! Só mesmo a reencarnação para abrir as chaves do intrincado
labirinto dos sentimentos humanos, explicando o que é para muitos inexplicável
e pode ser resolvido com uma simplista votação sem os aprofundamentos adequados
nas questões do espírito imortal.
Sem o conhecimento da reencarnação qualquer
tipo de julgamento acerca de temas como, por exemplo, a interrupção da gravidez
em caso de fetos anencéfalos é capenga. Os ministros do STF, sem o conhecimento
das necessidades evolutivas dos espíritos que habitam a Terra, optaram por permitir
que a gravidez seja interrompida. Como espírita discordo da decisão dos
magistrados. Repetimos que não desprezamos a dor e a dificuldade da mãe que se
depara com tão complicada provação, todavia vale lembrar que, como dissemos
acima, este é um planeta de provas e, indubitavelmente, interromper a gravidez
equivale a entregar a prova ao professor sem responder as questões mais
importantes.
Pensemos nisso!
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