por Wellington Balbo
Gostaria de chamar Francisco. Francisco Mendes Assis de Xavier, nome
bonito, imponente, majestoso, como o foram aqueles que se utilizaram do nome
Francisco e tiveram em vida o apelido de Chico. Chico Mendes, Chico Xavier e o
também notável Chico de Assis. Almas lúcidas e esclarecidas, dedicaram toda uma
existência a nobres ideais. São exemplos de perseverança, trabalho e, principalmente,
amor à natureza.
A propósito, Chico, o Mendes, dedicou sua vida à floresta. Chico, o Xavier,
amou profundamente os animais, são várias as histórias de sua vida a comprovar o
respeito para com os animais. E, por fim, Francisco de Assis tinha relação tão sagrada
com a natureza que os animais entendiam perfeitamente sua linguagem do amor, e
vinham ter com ele, que o diga o lobo de Gúbio.
Em tempos de abusos contra a natureza e distorções nos valores da sociedade
a vida desses três Chicos é um convite à reflexão. Cabe, portanto, a pais e educadores
proporcionar meios para que crianças e jovens conheçam o legado dessas três notáveis
figuras da humanidade.
O mundo do amanhã dependerá dos espelhos que mostrarmos aos nossos
jovens hoje.
Se deixarmos que os espelhos de nossas crianças sejam os BBBs da vida ou
membros de organização criminosa, ou ainda os heróis de telenovelas, fatalmente o
mundo não sairá do lugar em termos de evolução moral. É preciso divulgar os exemplos
de dignidade, amor à natureza e idealismo desses três Chicos. Uma boa sugestão é
apresentar os Chicos a nossos filhos, contar-lhes de suas trajetórias, mostrar que no
mundo há pessoas preocupadas com o próximo e dispostas, inclusive, a morrer para
imortalizar seus pensamentos, seus ideais...
No entanto, os pais e educadores em sua maioria estão despreocupados quanto
aos espelhos que oferecem aos jovens e crianças. Não há diálogo envolvendo as grandes
figuras da humanidade e suas histórias. Dia desses tentei empreender conversa com
jovem sobre alguns vultos da história e sua resposta foi lacônica: “Desculpe, mas não
tenho tempo a perder com filosofias de vida!”. Enfim, fui obrigado a respeitar sua
vontade, mas não pude deixar de refletir em face de seu desinteresse pela vida de figuras
como Mahatma Ghandi, Luther King e Lavoisier.
Aposto que se eu lhe mostrasse uma
revista de fofocas ele se interessaria pela conversa. Uma pena!
E por isso mesmo com freqüência nossos jovens crescem com seus
espelhos embaçados e valores distorcidos, conhecendo os personagens do BBB, mas
ignorando quem foi Chico Mendes, Chico Xavier e Francisco de Assis. Lamentável
o desconhecimento da população quando o assunto é a grandiosidade das obras de
notáveis criaturas.
Lembro-me que certa vez presenciei um jovem desenhando nas carteiras
da escola a sigla do PCC – Organização Criminosa de São Paulo. Referência de vida
totalmente distorcida, esse jovem tem o espelho de vida embaçado, sujo, sombrio...
Dia desses vi um jovem atleta comemorando um de seus gols como se
estivesse com metralhadora. Uma autêntica canelada! Lamentável sua atitude, como
espelho de muitos jovens, poderia o jogador levantar a bandeira a paz e do respeito à
natureza, convidando todos a repensar suas atitudes. Mas, infelizmente esse atleta não
se chama Francisco...
E o mais interessante são as discussões envolvendo a violência e o meio
ambiente. Ineficaz discutir políticas de segurança e também traçar objetivos para salvar
a Amazônia se não despertarmos na juventude o amor pelo semelhante e pelo seu
habitat. As crianças e jovens precisam, portanto, saber mais sobre os grandes vultos do
amor, a fim de que tenham como espelhos de vida referências seguras na construção
de uma sociedade justa e fraterna. É, pois, de responsabilidade dos pais e educadores
despertar nos corações juvenis a ânsia por conhecer personalidades tão ricas como os
três Chicos.
Pensemos nisso!
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