Um coração prudente


 
por Wellington Balbo 

Paula engravidara aos 18 anos. Frágil, inexperiente,  estava insegura quanto a nova fase que se iniciaria em sua vida. Aninhou-se no colo da avó e acariciando sua barriga perguntou à bondosa senhora:

- Vovó, como agir na educação deste pequeno que esta em meu ventre? Amolecer ou endurecer quanto aos seus petitórios e necessidades?

A avó  olhou  bem nos olhos da neta e com a experiência  de quem criara 5 filhos e três netos, respondeu:

 Minha filha, os extremos são perigosos, terás que encontrar o equilíbrio. Se tiveres o coração mole demais, mimarás teu pequeno e certamente não o prepararás para as  negativas da vida, criarás alguém acostumado apenas com o “sim” e sabemos que nossa existência não se resume a isso. Não podemos ceder a todos os caprichos de nossos filhos sob o risco de criarmos criaturas sem limites. No entanto, observe que se endureceres o coração em demasia ficarás insensível aos problemas e dificuldades ou as alegrias e vitórias que teu filho logrará na caminhada evolutiva, amargarás tua vida e não aproveitarás os momentos emocionantes que virão. Sejas, pois, um coração prudente! Apto a compreender os problemas e dificuldades inerentes as criaturas humanas e também com discernimento para saber o momento de repreender sem, contudo, ofender. Prime sempre pela coerência e tenhas no exemplo a praticar  algo marcante e imorredouro que gravará na memória de teu filho a maneira correta de proceder ante a vida. Um coração prudente ama com desprendimento. Um coração prudente sabe a hora exata de falar e também de ouvir e se calar. Um coração prudente respeita as diferenças naturais que possuem todos os seres humanos. Sejas, minha querida, um coração prudente!


Como agradecimento aos valorosos conselhos da avó, Paula sapecou-lhe um beijo no rosto e prosseguiu em sua sublime missão de acariciar o ventre que alojava mais uma alma prestes a desembarcar na sala de aula denominada planeta Terra.

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