Uma sincera amizade

Vítima de uma doença diagnosticada na época como febre cerebral, ficou cega e surda aos dezoito meses de idade, o destino lhe acenava com uma dolorosa vida semi vegetativa.
Todavia, a divina providência jamais abandona seus filhos, para lhe tirar da escuridão veio alguém disposto a compartilhar, alguém que a pequena americana Hellen Keller pôde chamar de amiga.
A jovem professora Anne Sullivan, resolveu abraçar o ideal de fazer descortinar o mundo para até então rebelde garota Hellen Keller.
Por mais difícil que parecesse a missão – fazer com que uma garota cega, surda e muda pudesse tomar contato com o mundo exterior - Anne Sullivan jamais deixou-se esmorecer pelo desânimo ou desencorajar-se pelos desafios.
Foi verdadeira amiga e protetora que Hellen pôde contar em todos os momentos.
Assim são os amigos, rastros de luz que iluminam nossa caminhada!
O que seríamos sem amigos, sem o carinho dos amigos, sem sua presença sempre confortadora a nos estimular, ou mesmo nos admoestar quando necessário?
Graças a essa amiga, Hellen Keller foi exemplo vivo de que podemos fazer a diferença.
Proferiu palestras em diversos países, escreveu livros e artigos além de trabalhar incansavelmente em prol dos deficientes visuais de todo o mundo!
Com muito esforço e perseverança em 1.904 recebeu seu diploma de bacharel em filosofia pela Universidade Radcliffe com Anne Sullivan a seu lado.
Após intenso labor dominou os idiomas francês, latim e alemão!
Em 1.902 fez sua estréia na literatura com o livro “História de Minha Vida”, e prodigalizou-se na arte literária deixando-nos inúmeras obras!
Uma vida que se transformou em benção para a humanidade graças a um gesto de pura e sincera amizade de Anne Sullivan.
Nada é mais poderoso do que a força da amizade!
Pais, filhos, irmãos, primos, ficarão mais próximos se cultivarem a amizade, porquanto, mais do que laços consangüíneos a amizade fala de alma para alma.
Pais que são antes de mais nada amigos, conquistam os filhos pelo respeito e não pela temeridade.
Filhos que são amigos dos pais, vêem nos progenitores companheiros que irão lhes orientar na vida e não meros cobradores de deveres.
Na estrada pedregosa da existência a amizade nos perfuma com o aroma da solidariedade, nos mostrando que somos queridos e que alguém em algum lugar nos ama como realmente somos.
A amizade é de caráter universal, traz a união aos povos, a interação das pessoas, o aprendizado as multidões, o carinho que esquenta os corações, o conselho que conforta o momento difícil, a confiança que motiva a prosseguir...
Em local que reina a amizade sentimo-nos à vontade, somos nós mesmos, ficamos livres, leves, soltos.
A amizade nos humaniza, nos ensina a compreender as dificuldades do semelhante.
A amizade nos ensina a não atirar pedras de maldade, a não julgar, a não ferir as pessoas.
Amizade é sinônimo de incentivo, de confiança, de amor, por isso, cabe em todo e qualquer lugar.
Em o Livro dos Espíritos, Parte 4º - na questão de nº 980, Kardec questiona os Espíritos amigos:
980 – O laço de simpatia que une os Espíritos da mesma ordem constitui para eles fonte de felicidade?
R – Os Espíritos entre os quais há recíproca simpatia para o bem encontram na sua união um dos maiores gozos, visto que não receiam vê-la turbada pelo egoísmo. Formam, no mundo inteiramente espiritual, famílias pela identidade de sentimentos, consistindo nisso a felicidade espiritual, do mesmo modo que no vosso mundo, vos grupais em categorias e experimentais certo prazer quando vos achais reunidos. Na afeição pura e sincera que cada um vota aos outros e de que é por sua vez objeto, têm eles um manancial de felicidade, porquanto, lá não há falsos amigos, nem hipócritas.
Kardec prossegue na questão com seguinte comentário:
Das primícias dessa felicidade goza o homem na Terra, quando se lhe deparam almas com as quais pode confundir-se numa união pura e santa. Em uma vida mais purificada, inefável e ilimitado será esse gozo, pois ai ele encontrará apenas almas simpáticas, que o egoísmo não tornará frias. Porque em a natureza, tudo é amor: o egoísmo é que o mata.
Belíssimo, não é mesmo amigo leitor?
Imagino a alegria que sentiu Anne Sullivan ao reencontrar em corpo de criança uma terna e querida amiga de remotos tempos.
Nossas afinidades, comumente remontam há séculos, talvez milênios, daí advém a extrema satisfação quando reencontramos criaturas que transitaram conosco pelo cosmo afora.
É o reencontro de almas que se amam para dar continuidade ao processo de aprendizado no cenário da vida.
Ficar ao lado dos amigos, daqueles que sentimos verdadeira e sincera afeição se constitui em fonte de imorredoura felicidade.
Portanto, sejamos amigos, façamos amigos e vivamos como amigos!
Como Anne Sullivan foi para Hellen Keller, sejamos para aqueles que caminham conosco no ambiente doméstico, profissional ou religioso, sejamos eternos e sinceros amigos!
Pensemos nisso!

Fonte de pesquisa
http://www.wikipedia.org/wiki/Helen_Keller. Acesso em: 15/12/2006.
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. 50.ed. Trad. Guillon Ribeiro. Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira, 1980. 455 p.

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