Texto extraído do livro "Memórias do Holocausto", escrito por Arlindo Rodrigues, inspirado pelo Espírito Rudolf, com reflexões de Wellington Balbo
Uma nação próspera, economia forte, povo confiante...
No século XIX o Paraguai despontava como uma das potências econômicas da América do Sul e desenvolvia-se a todo vapor demonstrando sua força na região. Todavia, algo barrou a expansão paraguaia e podemos afirmar que não foram medidas econômicas que frearam seu crescimento, tampouco corrupção de seus governantes. Afirmamos ainda que a globalização não tem culpa nessa história, mesmo porque naquela época ela inexistia. Aliás, a globalização vem sendo responsabilizada injustamente por uma série de coisas. Países tomam atitudes econômicas equivocadas e depois depositam o ônus na tal da globalização. Naturalmente que ela – a globalização – impõe interação entre os mercados e, conseqüentemente, uma recaída aqui influencia e muito a economia acolá, no entanto, há alguns exageros próprios da natureza humana.
Mas o motivo da decadência paraguaia foi bem outro, muito mais triste do que alta de juros, inflação ou queda do dólar. O declínio paraguaio veio por intermédio do ódio, da intransigência e intolerância caracterizadas pelo desrespeito à soberania de uma nação. Refiro-me, caro leitor, a Guerra do Paraguai (1864-1870), envolvendo Brasil, Argentina e Uruguai que uniram forças para combater o Paraguai. A historiografia da guerra contém várias versões. A historiografia tradicional conta que o presidente paraguaio Francisco Solano López era um sujeito obcecado pelo poder, intentava transformar o Paraguai na grande potência da América do Sul, por isso conduziu o país na busca por territórios que o fizessem mais rico e poderoso, acabou por precipitar-se o em confronto sem precedentes dizimando grande parte da população ativamente econômica, transformando então o Paraguai em um dos países mais atrasados da América do Sul. No entanto a corrente da historiografia revisionista, que ganhou força nos anos 1960 traz novos motivos para o desencadeamento da guerra, mostrando Solano López como um líder visionário e socialista que intentava manter o Paraguai longe da guante das influências imperialistas estrangeiras. Eis então que na história entra a Grã Bretanha, que temerosa em ver uma autonomia paraguaia ordena para que Brasil, Argentina e Uruguai acabem com as pretensões de Solano López. Nota-se, pois, que tanto uma como outra versão da guerra traz argumentos simplistas para o conflito, idéia esta corroborada pela historiografia moderna que considera ambos os argumentos sem consistência sólida. Diz a historiografia moderna que a guerra ocorreu por motivos geopolíticos e econômicos da região, envolvendo duas culturas diferentes: espanhola e portuguesa. Bem, caro leitor, podemos tranquilamente afirmar que nenhuma das historiografias desta guerra interpreta com exatidão os motivos que levaram a dizimação de grande parte da população paraguaia, além de argentina, uruguaia e brasileira. O Brasil, por exemplo, teve perda significativa: enviou 150 mil soldados à guerra e 50 mil não voltam às suas famílias. Nenhum fator, seja ele político, econômico, social ou geográfico justifica a guerra entre nações, pois estas deveriam comportar-se como irmãs, estabelecendo laços de amizade e real cooperação para o crescimento de toda a região. Se Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai fossem dirigidos por pessoas comprometidas de fato com o bem estar da coletividade esta guerra, que causou tantos estragos, jamais teria ocorrido. Engraçado é que nos bancos escolares o assunto é analisado apenas superficialmente atendendo às conveniências. Em realidade o malfadado massacre ao Paraguai teria que ter um estudo muito mais complexo e amplo, deveria ser debatido com imparcialidade e coerência, possibilitando ao estudante analisar os fatos que acarretaram à lamentável guerra, pois assim ele – o estudante – perceberia a inutilidade desses conflitos, e veria que nada justifica o massacre à vida humana.
Mas são interessantes os fatos narrados pela história, logo após a Guerra do Paraguai lá estava novamente o Brasil participando da Primeira Guerra Mundial e mais adiante enviando seus bravos soldados para a Segunda Guerra Mundial. Pode-se dizer que durante algum tempo fomos um país guerreiro e apreciadores de um confronto. Ainda bem que gradativamente essa mentalidade brasileira vem modificando-se a ponto de sermos considerados um país solidário e fraterno. Tomara mesmo possamos copiar o título do livro de Humberto de Campos psicografado pelo notável Chico Xavier tornando-nos “Coração do Mundo e Pátria do Evangelho”.
Aliás, o evangelho merece capítulo à parte: se os líderes de outrora procurassem as sublimes lições de Jesus para reflexão certamente amoleceriam o coração e abrandariam os sentimentos. Não se envolveriam com conflitos e primariam pela cordialidade e amizade nas relações entre os países. Entenderiam que todos fazemos parte da família humana. Podemos hoje nascer em solo brasileiro e amanhã estar cantando o hino argentino, são os imperativos da reencarnação mostrando-nos que somos espíritos imortais e não pertencemos a essa ou aquela pátria. Essa realidade por si só elimina todo e qualquer caráter belicoso em relação a outros países, plantando, pois, gradativamente em nosso coração o amor por todas as nações existentes neste planeta Terra, extinguindo a guerra e alimentando a concórdia.
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