A visão do professor

Interessante a visão de mundo de algumas pessoas provando a diversidade de pensamentos, ideias, valores e anseios.

Dia desses compareci a reunião escolar de minha filha e ouvi de um professor: “ Nossos jovens procuram a cultura do lixo, vão às favelas e depois repetem o vocabulário chulo daquelas pessoas, porém, o que ignoram é o ódio que os jovens da favela tem dos jovens de classe media”.

Fiquei estupefato com a visão do professor, o mestre generalizou ao fazer essa afirmação, aliás, generalizar em qualquer circunstância é perigoso. No entanto, há ainda algo mais grave em sua fala: a segregação promovida entre jovens menos abastados e os chamados jovens burgueses. É complicado, promove-se a segregação e depois se reclama com os governantes a falta segurança. Faz-se passeata pela paz, no entanto afirma-se que o jovem da favela nutre ódio pelo jovem abastado. Preterimos o ser humano e depois queremos ser tratados com igualdade e respeito. Será que é mesmo o jovem morador da favela que odeia o de classe media? Fiquei preocupado e não pude deixar de refletir:

Será que os pais estão acompanhando o dialogo estabelecido entre os professores e seus filhos? Será que as escolas estão capacitando seus professores para promover a paz e a concórdia entre as criaturas? Será que o clima de respeito e amor vem sendo desenvolvido nos jovens e adolescentes?

É imprescindível a família inteirar-se da educação de seu filho, participar de reuniões escolares, interagir com professores e buscar informação sobre o que vem sendo discutido em sala de aula.

A educação moral é de responsabilidade dos pais, portanto a participação da família na formação acadêmica do jovem é de extrema relevância para a construção de um mundo melhor. Faz-se mister a consolidação das ideias acadêmicas com a boa formação moral da pessoa para que o jovem seja instruído e também um ser humano educado moralmente. É importante saber álgebra, mas imperioso respeitar. É salutar dominar bem a língua portuguesa e melhor ainda domar o preconceito.

Há ricos de colarinho branco que exalam seu ódio ao assaltar descaradamente os cofres públicos, como há pobres materialmente que agem com sordidez. Importante saber que não é a posição social do indivíduo a causadora do ódio, mas, sim, a dureza de seu coração, de modo que um coração duro e belicoso pode habitar suntuoso palacete ou simples casebre.

E interessante: nenhum pai mostrou sinal de insatisfação com as considerações do professor. Será que gostaram do que ouviram? Ou não prestaram atenção?

Bem, de qualquer modo fica o lembrete aos pais: participem da educação formal de seus filhos, prestem atenção no que eles estão aprendendo. Pelo que pude notar, não é apenas a mídia a propagadora de bobagens capazes de fazer o preconceito instalar-se no coração humano.

Pensemos nisso.



Wellington Balbo

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