Crise econômica mundial

A crise econômica mundial vem trazendo pânico a muita gente. Empresários preocupados colocam o pé no freio e deixam de contratar. Indústria e comércio deixam de crescer. O que mais se houve é: tal empresa demitiu tantos, tal empresa concedeu férias coletivas e por ai vai...

Imperioso admitir: se há coisas que escapam ao nosso alcance, há também situações que podemos modificar. Enfim, se maximizamos a crise, ela será enorme, sem precedentes, causando recessão. No entanto, podemos minimizá-la, enxergando-a não como bicho de sete cabeças, mas sim como oportunidade de progresso. Um desafio a ser vencido. Em realidade, o bicho de sete cabeças que muitos anunciam é, não raro, um pobre bichinho de uma cabeça só, e que estampa em si a palavra: criatividade. Sim, com criatividade e menos alarde, menos fofoca e especulação venceremos facilmente a crise econômica mundial, porquanto ela não é tão feia quanto parece.

A verdade é que o ser humano, muitas vezes para tirar vantagem tende a maximizar as coisas. Infelizmente. Há tanto alarde em relação a essa crise que algumas empresas começam as demissões antes do tempo, demitem não por que a crise as pegou, mas sim por que vão no embalo de outras empresas. Pior: muitas vezes demitem para aproveitar a carona da tal crise e aumentar seus dividendos. Menos funcionários, maiores lucros, lamentavelmente essa é a visão de alguns líderes empresariais. E estes “líderes” passam a seguinte mensagem aos liderados: “Olha, a coisa está feia, ou você se desdobra ou vai para o olho da rua”. E o funcionário, ainda refém da carteira assinada, por que fomos domesticados pela cultura da CARTEIRA ASSINADA, teme entrar para o time dos desempregados.

Trabalho em indústria de embalagens plásticas e, como é da ciência de todos, o plástico é termômetro econômico. Bem, não estamos vendo crise, ao contrário, continuamos de vento em popa, ou melhor, vendendo ainda mais do que no ano passado. Em plena crise, estamos crescendo. Por quê? Alguma mágica? Nada disso. É que procuramos utilizar a criatividade, desenvolver novos produtos, primar pela qualidade e, sobretudo, honestidade. Nada de demissões. Ora, estamos crescendo, vamos mais é contratar. Portanto, um dos ingredientes para vencer a crise é também a honestidade. Ultimamente, em virtude da redução dos preços da matéria prima, recebo ligações dos clientes que dizem: “ Sabemos da redução dos preços na matéria prima, você não vai repassá-los? Respondo de uma só vez: “Não”. Eles tornam a perguntar: “Por quê?”. Eu torno a responder: “ Porque quando houve aumento nos preços da matéria prima nós não repassamos a você, logo, a redução que houve não é suficiente para que eu possa repassá-la”. Relação honesta com o cliente. Outro fato costumeiro é o pedido de descontos, o cliente pergunta: “Este preço é final, não há descontos?” Respondo: “Não, para essa quantidade o preço é este mesmo, não trabalhamos com descontos”. Por quê? Porque a tão propalada negociação é jogo de mentiras. O vendedor joga o preço lá em cima por que sabe que o cliente costuma pechinchar e, de pechincha em pechincha o preço chega finalmente a seu valor justo. Portanto, as negociações nada mais são do que jogo de mentiras, em que se luta para obter vantagem. O mesmo ocorre com a crise, muito do que vemos veiculado na mídia, espalhando o medo, desesperança e também inibindo o empreendedor, trata-se apenas de jogo de mentiras, bravatas visando o enriquecimento de alguns à custa de outros. Uma das receitas para vencer o desafio da crise é, portanto, ser criativo e honesto.


Wellington Balbo

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