As eleições não deixarão saudades

Nessas eleições os candidatos a cargo público subestimaram a inteligência da população. Em Bauru, a campanha para ocupar o Palácio das Cerejeiras, principalmente no segundo turno, foi uma lástima, uma afronta ao bom senso, aliás, acredito não ser privilégio da cidade Sem limites essas campanhas fracas, com propostas apresentadas de forma superficial, muitas em descompasso com a realidade.

Mais lamentável ainda é ver os dois candidatos que restaram trocando farpas infantis, dignas do jardim da infância. Lembro-me com carinho de minha professora Sandra que frequentemente colocava-me de castigo quando eu fazia PAPARAPAPA para meus amigos de peraltices. As músicas então? Meu Deus! O cidadão quer se eleger, quer ter credibilidade, quer um voto de confiança da população, no entanto se porta como uma criança compondo músicas infantis apenas para que o eleitorado decore seu número. Desculpem-me os caros candidatos, mas é necessário conversar seriamente com os “famosos marqueteiros” para mudar as estratégias de campanha. Outro ponto absurdo é o jogo do empurra sobre quem traz mais recursos para Bauru, um candidato debruça sobre o governo federal, o outro apega-se ao governo do Estado, transmitindo a mensagem de que para se governar uma cidade é necessário ser do partido A, B ou C, e isso induz o eleitor a votar em A ou B, na realidade isso é enganação e falta de honestidade para com o eleitorado. O cidadão deve ser livre para votar no candidato que melhor lhe aprouver, sem qualquer tipo de pressão, aliás, diga-se de passagem, a livre escolha é uma das bases da democracia e, infelizmente, essa conversa de trazer recursos de tal ou tal esfera caracteriza indução de voto. Ora, todos sabem das questões envolvendo a articulação política, no entanto está na hora de modificar esse panorama. Se a proposta apresentada é boa para a população, se visa a melhoria na qualidade de vida das pessoas, a força do bem coletivo deve prevalecer sempre, independente do partido A, B ou C.

Outro ponto: as campanhas são calcadas no maniqueísmo, ou seja, o candidato do Bem X o candidato do Mal. Em Bauru não foi diferente, os dois candidatos tratam seu adversário político como verdadeiro inimigo e fazem de tudo para ressaltar o lado negativo, são como alguns jornalistas, adoram mexer em lixo. E para complementar, ambos desfilam em carros abertos, acenando à população, e, geralmente em épocas de eleição descem do Olimpo de seus escritórios e abraçam a população, principalmente a mais carente mostrando que são “Gente da Gente”. A história mostra que os abraços são de crocodilo, não raro o candidato depois de eleito trancafia-se em seu gabinete voltando ao Olimpo, esquecendo-se das promessas, das propostas e também das músicas que o levaram à conquista de seu objetivo. Em Bauru será que a história vai se repetir? O tempo responderá.



Wellington Balbo

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