Quando os médicos adoecem

Wellington Balbo – Bauru - SP



A medicina e abençoada ciência emanada da Espiritualidade para suavizar e prevenir a dor dos Homens na Terra. Todavia, alguns, e bom que fique claro que há exceções, se esquecem dos objetivos reais da ciência medica e desvirtuam um caminho que poderia ser belíssimo. Há médicos que infelizmente não honram a beleza de sua profissão e, em momento capital da existência humana, que é o complicado instante da dor, atuam com negligência a considerar o paciente tão somente um aglomerado de células, não lhes dando a devida atenção.

Fragilizados pela enfermidade os pacientes e sua família carecem de atenção, amizade, apoio, essa deveria ser uma das funções dos médicos, porém, nem sempre essas considerações são lembradas. O psiquiatra americano Robert Klitzman professor da Universidade de Colúmbia em Nova York, escreveu o livro – Quando os médicos se tornam pacientes. Conta o professor que somente depois de ter estado do outro lado da moeda, ou seja, ter enfrentado uma enfermidade é que pôde de fato avaliar o real sentimento de seus pacientes. Em seu livro o Dr. Klitzman entrevistou 50 colegas da medicina que passaram também por enfermidade. Constatou que os médicos que vivenciaram a experiência de pacientes tornaram-se mais espiritualizados e compreenderam a força da fé na recuperação. Verificou que é horrível para a recuperação do paciente ficar em hospitais com televisores e janelas quebradas, com aspectos sombrios, percebeu também que sintomas considerados secundários pelos médicos, como, por exemplo, náuseas e cansaço nada de tem de secundários, são sintomas que vão gradativamente minando as forças do paciente, por isso requerem maior atenção por parte dos doutores.

Aprendeu que a maneira de transmitir o diagnóstico ao paciente tem grande importância em sua recuperação e, diante disso, narra interessante história – Diz o doutor que certa feita um médico comunicou a outro médico que estava na situação de paciente que em sua cirurgia ele teria 5% de chances de morrer. O médico - paciente ficou estupefato ao ouvir aquela palavra: morte. Sentiu-se mais fragilizado e menos confiante. Após a cirurgia prometeu a si mesmo que quando voltasse à ativa jamais falaria a um paciente que ele tem 5% de chances de morrer, ao contrário, diria que ele tem 95% de chances de viver, o que estatisticamente é a mesma coisa.

São anotações de um médico que transcreveu a experiência sua e de seus colegas de profissão que transitaram pelos terrenos da enfermidade vivenciando dores, angústias, incertezas e inquietações naturais de nosso estágio evolutivo.

Por isso é de chocar quando vemos um médico atendendo o paciente sem a atenção que requer a criatura humana, seja ela criança, adulta ou idosa. Doutores, ponham a mão na consciência, dignifiquem vossa profissão transformando vossos consultórios em portos seguros de paz e esperança às criaturas enfermas.

Lembro que há alguns meses necessitei consultar um médico, no meio da consulta perguntei ao doutor a razão da constante pressa que os acometem, sem tempo para conversas e mesmo sanar as dúvidas do paciente. A resposta foi sincera: “Meu caro, a Unimed paga pouco, o SUS menos ainda, os investimentos são altos, as contas vencem ao findar o mês, por isso, quanto mais pacientes atendemos, melhor”.

Santo Capitalismo!

Ah doutores! Sugiro a vocês um curso de reciclagem de atendimento à criatura humana, procurem para isso os profissionais do Hospital Amaral Carvalho de Jaú, lá, com certeza aprenderão a forma digna de tratamento que merece todo ser humano.

Pensemos nisso.

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