Os pais e a juventude espírita

Wellington Balbo – Bauru – SP.

A juventude é uma das mais interessantes fases da existência humana. Na juventude se lida com medos, incertezas, dúvidas envolvendo relacionamento afetivo e profissão, auto afirmação, busca pela aceitação, conflitos íntimos e uma infinidade de situações. Não que nas demais fases da existência não se passe por isso, todavia, na juventude, talvez pela vivacidade ou efervescência dos hormônios tudo toma proporção muito maior e, às vezes, até assustadora. Tanto é que inúmeros jovens ficam à margem do caminho e entregam-se aos vícios de todos os matizes porque não souberam lidar com os desafios que se apresentam. Também há aqueles e aquelas que sucumbem às paixões avassaladoras e precipitam-se pelos caminhos do sexo antes do amor, as garotas acabam por engravidar e muitas vezes os garotos acabam por “sumir” às responsabilidades. Nascem assim famílias incompletas em que crianças educam crianças. O resultado na maioria das vezes compromete a educação do conjunto porque as garotas são mães despreparadas e têm de relegar a própria educação a segundo plano para cuidar do filho que chega.

Mas há também a questão que envolve as drogas de todos os matizes, incluindo nesse rol o álcool que, lamentavelmente, conta com a complacência dos pais e da sociedade. As primeiras experiências dos jovens com bebidas alcoólicas se dão geralmente na presença dos pais que muitas vezes estimulam o adolescente a experimentar a famosa “cervejinha”. O jovem adentra o mundo das drogas, não raro, pela larga porta da curiosidade, muitas vezes promovida pela falta de diálogo com os pais ou ainda para ser aceito na turma de “amigos”.

Daí a importância da família na formação de valores do Ser. A base familiar é fundamental para ajudar o jovem a superar seus dilemas íntimos sem grandes atropelos. Nesse quesito o conhecimento espírita ganha significativo destaque porquanto oferece bases sólidas para um comportamento digno e regrado.



Kardec fez questão de pautar o Espiritismo pela ótica da educação sistêmica do Ser; uma educação que visa além das conquistas intelectuais desenvolver o senso moral construindo jóias como a fraternidade, solidariedade, compreensão e altruísmo no coração humano; ou seja, uma educação que chacoalha o espírito em busca de seu auto descobrimento.

No entanto, forçoso admitir que Kardec e a espiritualidade ofereceram a teoria. A questão prática da aplicação dos princípios espíritas na educação dos jovens compete aos pais e educadores ministrar. Se os princípios espíritas não forem aplicados, infelizmente o Espiritismo torna-se apenas páginas bem escritas, simplesmente páginas bem escritas. Não era este o objetivo do codificador, sua intenção foi mostrar que o Espiritismo deve ser aplicado nas relações humanas, principalmente nas que estão sacramentadas pelos laços de família, propiciando aos pais guiar os filhos pelas veredas seguras do ideal cristão, facilitando caminhos e apontando diretrizes aos jovens em suas mais complexas dúvidas existenciais. Muitos se perdem porque faltou conhecimento e base familiar!



Grande é a responsabilidade dos pais em guiar seus jovens, mas também vasto é o material ofertado pela literatura espírita, mostrando que não estão sozinhos nessa tarefa da educação. Cabe aos pais adaptar a linguagem espírita à realidade do jovem, deixando o conhecimento acessível e agradável para que mais fácil seja sua assimilação, para isso não é necessário grandes prodígios, apenas criatividade. Estive na Bienal do livro e pude ver no stand da FEESP – Federação Espírita do Estado de São Paulo – vasto material de auxílio aos pais e evangelizadores, apostilas escritas de forma didática e simples para facilitar justamente a comunicação entre pais e jovens, tornando a realidade espírita uma certeza dentro da vida familiar a oferecer bases seguras a todos seus integrantes.

Quem quiser se aprofundar nessa questão pode acessar o site da FEESP para maiores informações pelo endereço virtual: www.feesp.org.br. Fica, pois, a sugestão aos leitores, pais e evangelizadores para que possam conhecer tão belo trabalho sobre a relação entre pais e filhos.

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