Suicídio na terceira idade

 

Estudos apontam que, todos os anos, no mundo todo, cerca de 800 mil pessoas cometem o ato extremo de tirar a vida. Vale lembrar que esses dados são oficiais, o que significa dizer que os números são mais altos. Um outro motivo para a subnotificação dos casos é que dos pouco mais de 180 países membros da OMS (Organização Mundial da Saúde) nem a metade deles têm um cadastro de registo confiável no que tange ao suicídio.

No Brasil a taxa geral de suicídio para cada 100 mil habitantes está em torno de 5,6 pessoas. Quando, porém, investigamos a questão do suicídio dos idosos temos um aumento significativo nesta taxa que salta para 8,9 para cada 100 mil habitantes.

Depois dos 60 anos de existência as pessoas começam a se aposentar, deixam, portanto, a vida laboral que, de certo modo, trazia preenchimento em seus dias e sensação de estar sendo útil. As doenças crônicas, muitas provenientes do próprio desgaste natural da máquina física surgem, o que deixa o idoso com dores e proporciona a perda na qualidade de vida. Outros fatores: Impotência sexual é um deles. Outro tema que podemos elencar aqui é o da solidão, posto que, muitas vezes, não há interação entre o idoso e as outras gerações, o que o leva a sentir uma sensação de isolamento.

Há, ainda, o receio de ser desprezado pela família. Todos os pontos citados acima acabam por contribuir para que os idosos sintam-se deslocados da época atual, tendo, com isso, sofrimentos psíquicos  que podem levar à ideação suicida.

Quero, aqui, destacar a importância da família para a colaboração na qualidade de vida do idoso. Algo interessante a considerar são as conversas e o diálogo que os familiares podem ter com o idoso, de modo a construir pontes para que esta tão importante interação se estabeleça. Claro que não se quer colocar a família como culpada por este ou aquele caso de suicídio, até porque, nestes casos, os familiares sofrem além da partida do afeto as questões que envolvem a culpa que os acomete por não terem feito observações sobre os sinais da ideação suicida enviados pelo idoso.

Todavia, o intuito é mostrar que o diálogo e o estreitamento dos laços familiares podem trazer belas experiências para todos os membros da família, inclusive no que concerne à troca de experiências entre as diversas gerações.

Ficam alguns pontos relacionados aos comportamentos que podem indicar ideação suicida por parte do idoso: Resolução rápida de problemas pendentes. Isolamento. Frases relacionadas à morte de uma maneira mais sofrida. Abuso de substâncias alcoólicas.

Todos esses pontos acima citados, quando percebermos, vale uma conversa com o idoso, perguntando, de forma clara, porém, sensível, sobre as suas intenções. Outro aspecto que podemos fazer para auxiliar o idoso é colocar-nos à disposição para ouvi-lo, mas ouvi-lo realmente, sem julgamentos e explanações morais que irão causar mais afastamento do que aproximação.

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