Crise econômica

Dia desses escutei entrevista com Jaques Wagner, ex-governador da Bahia e atual ministro da Defesa, e ele falava sobre a crise econômica. Nada diferente do que diz boa parcela dos políticos e população em geral. Não se troca o disco e vem sempre o mesmo blá, blá, blá quando nosso país passa por dificuldades financeiras. Dizem que é preciso usar a criatividade, inovar e por aí vai. Poucos se arvoram a pensamentos mais amplos e cogitam da influência comportamental em nossa economia. Em realidade, a crise econômica que enfrentamos em nosso país é oportunidade não apenas de exercitar a criatividade como, também, de repensar algumas atitudes. Pode ser o momento de aprender a economizar, consumir menos, refrear os desejos e vontades levando vida mais modesta. Não faço aqui apologia à miséria, porém, apenas um apelo ao bom senso e ao consumo consciente. Outro ponto é a reflexão sobre como caminhamos quando o vento está a favor. Infelizmente aproveitamos da maneira mais desordenada possível. Vejam o que aconteceu no caso dos vínculos estabelecidos entre governo, faculdades e universidades a fim de facilitar o acesso aos bancos acadêmicos. As instituições, ao observarem o esquema de programas como o FIES, por exemplo, exploraram sem piedade. Como o pagamento ficava a cargo do governo e este, por sua vez, delegou ao setor privado uma tarefa que deveria ser sua, a coisa rolou solta, e os donos dos estabelecimentos de ensino mandaram os preços das mensalidades para as alturas. Resultado: prejuízo aos brasileiros. E o que falar sobre a construção civil, que teve enorme crescimento por conta de inúmeros fatores, então, como num passe de mágica os imóveis passaram a ter preços irreais. Casas que não valiam R$ 50 mil, passaram a custar R$ 100 mil ou R$ 120 mil. Veja que não estou falando de um pequeno aumento não, advindo da lei de oferta e procura, falo é de aumentos astronômicos e sem qualquer fundamento para justificá-los, senão a volúpia por ganhar muito acima do valor real. Recordo-me de que um dia vi no jornal uma casa em bairro popular de Bauru por exorbitantes R$ 400 mil. De fazer cair cabelo de careca! Isto sem falar nos terrenos que tiveram os preços triplicados. Cheguei a pensar que havia um garimpo em cada um para justificar o aumento. Um amigo que trabalhava de vendedor costumava não dar desconto aos seus clientes. Explicava dizendo que desconto é prática de quem quer enganar ou ser enganado. Coloca-se o preço nas alturas e conforme a pechincha vai baixando até chegar ao valor real. Procuro evitar mentiras e o desconto é uma mentira, comentou ele, certa feita. Não obstante a alguns exageros, penso que ele tem razão. Sinceramente, creio que ainda não aprendemos a andar com o vento a favor, pois usamos, abusamos, mentimos, aumentamos sem justificar e estragamos quando a maré está em alta. Mas aí, meus caros, vem a vida e...

2 comentários:

Yé Gonçalves disse...

É a pura da verdade, amigo Balbo! Temos de treinar a auto disciplina (a disciplinaterapia) quando o vento estiver a nosso favor. Um grande abraço!

Yé Gonçalves disse...

É a pura da verdade, amigo Balbo! Precisamos treinar a autodisciplina (= disciplinaterapia) quando os ventos estiverem a nosso favor. Um grande abraço!