por Wellington
Balbo
Com
freqüência recebo alguns livros encaminhados por editora espírita a fim de que analise a obra
e veja a possibilidade de sua publicação. As obras são, em geral, romances
mediúnicos. Contudo, constata-se que grande parte desses livros enviados para
uma editora espírita apreciar não são livros espíritas, porquanto não trazem em
seu bojo ensinamentos da Doutrina codificada por Allan Kardec. Muitos, aliás,
nada falam sobre Kardec, centro espírita, Evangelho segundo o Espiritismo,
Jesus, O Livro dos Espíritos e tantos outros temas ligados à Codificação. São
livros mediúnicos apenas, muitos até com uma história envolvente, emocionante e bem escritos, contudo, definitivamente não
se tratam de livros espíritas.
Aqui
vale destacar que há uma confusão envolvendo Espiritismo e Mediunidade. Muitos consideram
Mediunidade e Espiritismo sinônimos, mas não o são. A Mediunidade é, obviamente,
um dos aspectos importantes e, claro, estudada pela Doutrina dos Espíritos. A
propósito, o Espiritismo nasceu dos Espíritos e dos contatos que os Imortais
estabeleceram com o plano físico. Entretanto, o fato de ter relação com a
mediunidade não transforma um livro, uma comunicação ou o que quer que seja em
espírita, até porque médiuns e mediunidade existem desde as mais remotas eras e
nas mais diferentes religiões, e não é, portanto, uma invenção da Doutrina
Espírita.
Questionarão
alguns:
- Mas, sou médium e, então, como posso verificar
se o romance que me foi ditado é
espírita ou não antes de enviá-lo para que uma editora analise?
Simples,
basta observar se o livro está transmitindo lições da Doutrina Espírita. Se há
conceitos doutrinários, se fala em reencarnação, mediunidade, amor, paz, centro
espírita, Kardec, enfim, se divulga realmente o Espiritismo.
- Ah,
mas tenho pouco conhecimento sobre o Espiritismo.
Então é
melhor que estude, pesquise e conheça mais a Doutrina Espírita para escrever um
livro que seja, de fato, espírita.
- Mas e a questão de o livro que recebi não
ser espírita o torna uma obra de má qualidade?
De forma
alguma. O livro que você recebeu não perde o valor por não ser espírita.
Contudo, não é de bom alvitre que seja divulgado e comercializado como sendo
uma obra espírita, porque não o é.
- E as editoras espíritas poderão publicar?
Ai é uma
questão interna de cada editora. Até poderão publicar, só não poderão chamar a
obra de sua lavra de espírita, porque seria propaganda enganosa, prometendo uma
coisa que na essência não irá ser cumprida.
Observe,
caro leitor, que o intuito deste texto
não é o de denegrir, criticar ou perseguir médiuns e romances mediúnicos. A
intenção é a de alertar para o conteúdo que deve haver numa obra espírita, seja
de origem mediúnica ou não.
Até
porque os romances espíritas cumprem um papel muito importante no que concerne a
divulgação doutrinária. São eles, os romances espíritas, na maioria das vezes a
porta de entrada que introduz o leitor ao universo do Espiritismo. Daí o
cuidado para que o romance que se intitula espírita seja mesmo espírita.
Tudo
aquilo que se afastar de Kardec e não divulgar o Espiritismo pode até ser uma
coisa boa, porém não deve receber a alcunha de espírita.
Um comentário:
Muito boa a matéria , Balbo ! Parabéns.
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