Saulo, sortudo ou azarado?


por Wellington Balbo 

Artigo originalmente publicado no jornal Momento Espírita do Centro Espírita Amor e Caridade – Bauru SP. Acesse: www.ceac.org.br  - www.radioceac.com.br

Saulo passeava pela beira do mar pensativo naqueles últimos dias do ano que se findaria em breve. Almejava um futuro promissor. Sim, o ano novo prestes a surgir será muito melhor, porque este, ainda bem, está indo embora, refletia Saulo. Ele queria logo a mudança no calendário porquanto os últimos 11 meses não haviam sido nada fáceis. Envolvera-se em atritos familiares, tivera sensível perda financeira e a namorada o deixara sem dar-lhe muitas satisfações. Enfim, um ano para esquecer. E, como dizem em sua cidade, Saulo não poderia dar “sopa para o azar”, por isso precisava garantir o ano melhor com algumas ferramentas eficazes para espantar a maré de má sorte. Na virada do ano se vestiria de branco para atrair a tão sonhada paz e pularia sete ondas para vencer os desafios da existência. Feito isso era só comemorar e aguardar novos dias; dias melhores trazidos pelo Ano Novo...

O pensamento de Saulo em garantir a “sorte futura” não encontra qualquer respaldo lógico, porém esses artifícios para que o Ano Novo seja melhor são ainda muito utilizados por algumas pessoas.
Alguns chegam mesmo a afirmar que são iluminados e outros que são desprezados, como se Deus, a sabedoria suprema, iluminasse alguns com a sorte e deixasse outros filhos à sombra de um destino cruel, recheado de dores e dissabores.
Ideia incompatível com a realidade, porquanto, se concebemos um Deus justo e amoroso, obviamente diz-nos a lógica que Ele não pode privilegiar alguns em detrimento a outros.
E na contramão das promessas de Saulo caminha a Doutrina Espírita, com sua lógica irrefutável, a mostrar que os sucessos e fracassos são frutos de nossas escolhas.
A Doutrina Espírita, pois, não corrobora com a tese famigerada dos sortudos e azarados.
Trabalho é o que ensina o Espiritismo.
Trabalho para ocupar a mente invigilante, trabalho para fortificar o Espírito, trabalho para desenvolver habilidades, enfim, trabalho...
Vestir branco para celebrar a paz de nada serve se não a cultivarmos em nosso coração, ou seja, se não trabalharmos por ela.
Pular sete ondas e não trabalhar para vencer os obstáculos do caminho nos farão tropeçar sistematicamente nas dificuldades pedagógicas da jornada.
Nada de sorte e azar, simpatias e promessas vãs.
O Espiritismo é claro e objetivo: ou nos movimentamos para obter sucesso existencial ou ficaremos à margem de nós mesmos, relegados ao abandono imposto pela nossa própria negligência.
E neste ano de 2012 as oportunidades de trabalho com Jesus são infindáveis a mostrar que a única sorte existente em nossa vida é a de poder contar com o Mestre iluminando nossos caminhos com seu doce e terno amor!
Mãos à obra e um ótimo 2012 a todos!

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