por Wellington Balbo
Marcos era espírita, abnegado trabalhador desta seara, envolvia-se de corpo e alma com o movimento. Dirigia reuniões, coordenava estudos, participava ativamente do trabalho assistencial.
Contudo, não obstante as suas qualidades, possuía grave limitação: a intransigência, principalmente no tocante às outras religiões. E de nada adiantava os confrades e confreiras alertarem quanto aos inconvenientes de seu preconceito, porque Marcos não admitia.
Mas eis que a vida, sempre sábia, tratou de lhe dar uma surpresa, e colocou em seu caminho uma bela mulher.
E o coração de Marcos tombou quando seu olhar encontrou com o daquela bela dama. Apaixonou-se como nunca e foi correspondido, não tardou para engatarem um namoro.
Mas a bela dama, assim como Marcos, também era engajada em sua religião. Católica, alma valorosa, ensinava catecismo e dirigia com o padre o coral da igreja.
Assim sendo, ele sempre ocupado com os afazeres do Centro Espírita, e ela sempre no corre corre com as atividades da igreja não tardaram a surgir os desentendimentos, fruto da intransigência.
Marcos queria a bela dama no Centro Espírita.
A bela dama queria Marcos na igreja.
Ninguém cedia um só milímetro; a separação então foi inevitável. Mas ainda se amavam, e como amavam.
A saudade doía... Marcos chorava de cá, a bela dama de lá. Lamentavelmente dois amores desunidos pelo preconceito.
Até o dia em que se encontraram na rua por “acaso”. A emoção foi imensa, indescritível, as lágrimas brotaram, o abraço foi mágico, sublime...
Era o reencontro de duas almas, não de dois corpos.
Repensaram a situação e resolveram se casar, cada um cederia um pouco em prol da felicidade de ambos.
Passaram-se 10 anos daquele momento e hoje a família conta 4 membros, e está mais unida do que nunca.
Marcos participa do trabalho voluntário na igreja que sua bela dama freqüenta.
A bela dama assiste a todas as palestras que Marcos profere no Centro Espírita.
Família unida, feliz... Marcos, bela dama e duas filhas.
A Providência Divina aproxima criaturas de credos diferentes para provar que o amor é universal ,é sentimento inerente à alma humana.
O amor do budista é igual ao do católico, espírita, protestante, ateu...
O amor é elo que conecta as criaturas umas às outras.
Enquanto permanecermos desconectados do amor pelo curto circuito do preconceito, a felicidade não entrará em nosso coração.
É como diz o poeta: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”. E outro poeta acrescenta: “È preciso amar as pessoas como elas são”.
Fantástico!
Todas as nossas reverências ao amor, pois é de amor que nosso mundo precisa, neste momento de transição, é de amor que precisamos.
Pensemos nisso!
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