O bem intangível do Centro Espírita


por Wellington Balbo

Ao entrar no Centro Espírita certamente observamos sua estrutura. Salão, cadeiras, mesas e demais apetrechos que compõem qualquer instituição. Tudo isso faz parte da estrutura física, que é, obviamente, necessária para o bom funcionamento da Casa.
Mas há algo além da matéria, intangível e que não pode ser desprezado dentro do Centro Espírita.
E você sabe qual é?
Provavelmente dirá que é a estrutura espiritual.
Quem arriscou nesta resposta errou.
Óbvio que em toda Casa Espírita existe a estrutura espiritual, o trabalho realizado na outra esfera da vida.
No entanto, há, inegavelmente, algo intangível, além da matéria, mas que não está no contingente espiritual. Está aqui, na esfera física mesmo.
Provavelmente você pensará que estou maluco, com divagações absurdas. Posso afirmar que não. Existe, sim, algo muito além da matéria no Centro Espírita e que não está no mundo espiritual e que podemos denominar como as diversas competências do trabalhador espírita.
Exatamente!
As competências, pois os talentos do trabalhador espírita fazem parte dos bens intangíveis da instituição.
E, diga-se de passagem, são assim como a estrutura física e espiritual, imprescindíveis para o bom andamento das atividades.
Vejamos:
Como realizar o atendimento fraterno sem alguém capacitado para esta tarefa?
O que fazer então? Não oferecer o atendimento fraterno?
Óbvio que não. A resposta é Capacitar!
Como coordenar uma reunião mediúnica de forma saudável com pessoas inabilitadas para tal assunto?
O que fazer então? Suspender a reunião?
Nada disto. Capacitar as pessoas!
Como realizar os mais diversos cursos doutrinários sem pesquisadores das obras de Kardec?
Qual a resposta para esta pergunta:
Capacitar as pessoas, preparando-as para que sejam conhecedoras das obras de Kardec.
Questão de boa vontade. Daí a importância de reuniões periódicas, seja da diretoria da instituição ou de determinado grupo de atividades para o estudo dos pontos fortes e fracos.
Mas para essas reuniões surtam efeito é preciso humildade e admitir com franqueza e sem melindres o que precisa e deve ser melhorado.
Não confundamos o silêncio que muitas vezes advém da falta de coragem em expor os pontos nevrálgicos com harmonia.
Um grupo harmônico convive bem mesmo com as diversas diferenças.
Um grupo em desarmonia convive aparentemente bem porque não se abordam as diferenças.
Até para isso é preciso capacitação; capacitação emocional da criatura ao promover uma crítica ou ao recebê-la.
A propósito, ao chegar pela primeira vez ao Centro Espírita, com quem você conversou?
Com a Casa?
Não! Certamente você conversou com alguma pessoa, coordenador ou responsável pela reunião do dia.
Alguém já participou de algum curso que o Centro Espírita ministrou?
Também não! Participamos de cursos realizados no ambiente do Centro Espírita, porém, ministrados por pessoas.
Compreende-se, portanto, que é fundamental a capacitação dos trabalhadores espíritas para o bom andamento das atividades desenvolvidas pela Casa.
Eis a pergunta:
Será, então, que como coordenadores do centro espírita ou coordenadores de alguma atividade procuramos motivar aqueles que colaboram conosco para que aprendam e desenvolvam seus talentos e habilidades?
Observemos que ao proporcionarmos condições para a capacitação do trabalhador espírita o Centro Espírita cumpre o seu papel de atender o ser humano em suas necessidades.
Diz o grande autor da ciência da administração Idalberto Chiavenato em sua obra Administração para não Administradores:
“O administrador de sucesso deve cercar-se de pessoas competentes, saber formar uma boa equipe de trabalho, treinando-as e preparando-as para executarem cada vez melhor suas tarefas”.
Como administradores de um Centro Espírita compete-nos, pois, investir no ser humano, tornando a Casa Espírita rica, diria que milionária em termos de talentos e habilidades para bem servirmos ao Maior Administrador de todos os tempos: Jesus de Nazaré!
Pensemos nisto

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