Wellington Balbo – Bauru SP.
Gervasio desde muito moço vinculara-se ao centro espírita de seu bairro. Responsável e estudioso não tardou para ter os dons mediúnicos aflorados. Médium de vastíssima capacidade, seu empenho e dedicação atraíram a atenção da espiritualidade que o utilizava como abençoada ponte de ligação entre os planos do infinito. Em inúmeras oportunidades Gervasio beneficiou pessoas com sua mediunidade de cura, vidência, psicofonia e psicografia. Em 60 anos de existência física e 40 de atividade mediúnica conquistou vários amigos na esfera carnal e espiritual. No entanto, como a lei é para todos e o senhor da vida pelos princípios da igualdade exige que ela se cumpra, Gervasio encontrou-se com a desencarnação, vitimado por grave enfermidade.
Como fora médium espírita, alguns dias após o desencarne foram o bastante para que se reconhecesse desprovido da ferramenta carnal. Em seguida avistou a simpática figura de seu mentor e mais dois amigos que o recebiam de braços abertos com alegria a dizer:
- Você se saiu relativamente bem na tarefa que veio desempenhar na Terra, Gervasio, por isso viemos dar-lhe o abraço de boas vindas.
Um tanto chateado pela pequena caravana que em sua concepção estava aquém do papel que representara na Terra, interrogou:
- Agradeço a recepção, mas cadê as outras pessoas, aquelas que tanto beneficiei quando estive encarnado? Elas não vieram me receber no portal do infinito por qual razão? Acaso não as teria ajudado com minha mediunidade? E a gratidão?
O mentor sorriu benevolente e explicou:
- Embora tenha executado a tarefa que lhe competiu com relativo êxito e com isso beneficiado eventualmente um ou outro irmão, o seu trabalho mediúnico teve como maior beneficiário você mesmo, Gervasio. Você aprendeu com a mediunidade o sabor da disciplina, as maravilhas da responsabilidade, as pérolas do estudo e a marcante experiência advinda do trabalho com Jesus.
Gervasio, chateado com as realidades expostas pelo mentor, abaixou a cabeça e colocou-se a refletir na amarga, porém necessária verdade que o guia lhe ensinava.
Somos, invariavelmente, os grandes agraciados com a oportunidade do trabalho na seara do mestre. A mediunidade é abençoada ferramenta que nos proporciona o crescimento como espíritos imortais. A bondade divina, entretanto, em sua encantadora sabedoria une o útil ao agradável. Enquanto exercitamos a disciplina, o trabalho e aprendemos com a experiência da atividade mediúnica, o Pai de infinito amor nos faz agentes que colaboram com o semelhante, instruindo e consolando. Tudo ao mesmo tempo.
Contudo, não nos esqueçamos desta insofismável máxima: o trabalho na mediunidade com Jesus constitui-se em inigualável chance de crescimento interior para nós, sempre para nós. Por isso, faz-se necessário não esperarmos glórias e agradecimentos, porquanto já recebemos com juros e correção nossa paga: a chance de servir ao Cristo.
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