por Wellington Balbo
Chico Xavier será homenageado pela escola de samba Unidos do Viradouro no carnaval carioca. Chico Xavier dá ibope, vende muito, chama atenção. Quem no mundo da mídia não o quer ao lado? E embalados pelo sucesso de seu nome e dos filmes que se sucederam em velocidade vertiginosa narrando sua epopéia pela Terra, os carnavalescos se renderam ao homem de Pedro Leopoldo. Da parte deles, bela jogada de marketing.
Alguns espíritas, entretanto, não apreciaram a homenagem a Chico, julgando ser incompatível o carnaval com os padrões espiritualizados do grande médium.
Todavia, querendo ou não, é imperioso admitir que (além do ibope) a figura de Chico Xavier extrapolou os limites da religião. Embora diretamente vinculado ao espiritismo, o mineiro do século pertence ao mundo, ou melhor, ao universo.
Chico é de todos, de espíritas, católicos, evangélicos, empresários, professores, médicos, vendedores e... carnavalescos.
Sua vivência cristã, sua humildade sincera e sua visão despida de preconceitos trataram de dar a ele uma aura de amigo do mundo.
Em sua existência todos queriam vê-lo, tocá-lo, ouvi-lo...
Com sua desencarnação todos querem homenageá-lo, até os carnavalescos.
Mesmo aqueles que discordam da reencarnação e comunicabilidade dos espíritos demonstram profundo respeito e admiração por Chico. É o caso, por exemplo, do padre Fábio de Melo que em recente entrevista à jornalista Marilia Gabriela afirmou ter rechaçado retaliação proposta por beata, que intentava um levante por parte dos católicos a fim de abafar as comemorações do centenário de nascimento do médium.
Inconveniente ou não a homenagem é fruto da simpatia que ao longo da romagem terrena Chico semeou.
A propósito, se fosse carnavalesco também homenagearia Chico, homem honrado, honesto e, sobretudo, trabalhador... pode ser seja isso que falte ao nosso país, homenagens a homens e mulheres íntegros, honestos e trabalhadores.
Quem sabe possamos nós a partir de agora passar a observar com mais cuidado os exemplos legados por criaturas como Chico.
Neste carnaval torço, pois, de abada e máscara para que os jovens observem Chico Xavier e o tomem como modelo de conduta a seguir. Não precisam necessariamente tornarem-se espíritas, mas apenas honestos, honrados e trabalhadores como Chico.
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