Após a participação da Seleção Brasileira Feminina no Mundial de Basquete, a atleta Alessandra, pivô de nossa seleção, deu a seguinte declaração:
- Despeço-me aqui da seleção brasileira, tive uma carreira vitoriosa, agradeço a todos que me deram a oportunidade de chegar aonde cheguei, saio de cabeça erguida; é preciso dar espaço para o aparecimento de novos talentos; boa sorte para as que entrarão em meu lugar!
A declaração de Alessandra é uma amostra inconteste de maturidade.
Muitos atletas não se atentam para isso e querem se perpetuar em seus clubes, em suas seleções; com o passar dos anos e o declínio natural das atividades orgânicas, acabam inevitavelmente caindo de rendimento e se recusam a enxergar essa máxima. O resultado é que obstruem a chegada de novos talentos e acabam se prejudicando por não respeitarem os ciclos da vida.
Ficam dependentes emocionalmente daquela atividade, é como se não existissem se parassem de praticá-la.
Falamos de atletas, mas podemos analisar sob os mais variados aspectos:
Lembro-me de uma mãe que se recusava de todas as formas a reconhecer o crescimento de seu filho; dizia com freqüência que o filho não se casaria, não sairia de casa, não a deixaria. Quando o rapaz, um belo jovem de 20 anos, foi aprovado no vestibular e teve que morar em outra localidade, a mãe ficou mal, deprimida, acabrunhada, chegou mesmo a adoecer. O rapaz, preocupado com a situação da progenitora, trancou a matrícula na faculdade e retornou à casa materna. A mãe se recusava a enxergar que seu antigo pequeno havia crescido e se transformado em um homem. Prejudicava o rapaz e sobretudo si mesma , por não saber respeitar os ciclos naturais da vida. Aquela criança que um dia esteve em seus braços, hoje necessitava, para seu próprio bem, caminhar sozinha, respirar ares diferentes daqueles que sempre respirou. Assim é a vida; fases que vem e que vão... Para nosso próprio crescimento precisamos aceitar, porque a não aceitação desses ciclos que se findam causam dependência emocional e psicológica.
Quando aprendemos determinada lição, naturalmente a lei do progresso nos convoca a novos aprendizados, a fim de que não fiquemos estagnados, marcando passo com coisas que pouco nos acrescentarão.
Por isso, aceitar os ciclos que se vão é passaporte para começar bem as fases que estão chegando.
E fases que chegam trazem consigo grandes alegrias e importantes oportunidades de crescimento pessoal, para tanto, basta que estejamos dispostos a vivê-las em plenitude.
Pensemos nisso!
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