Duas maneiras de divulgar o Espiritismo

Ao longo da história o ser humano lutou ferozmente pela soberania da verdade.
Ontem guerreiros invadiam cidades e subjugavam povos para mostrar que a verdade estava a seu lado.

Hoje políticos usam e abusam da retórica para mostrar que suas opiniões e idéias vêm em consórcio com a verdade.
Ontem as religiões esmagavam aqueles que ousavam sair das trincheiras de seu pensamento, tudo porque ansiavam ter a verdade em suas mãos.
Hoje as religiões utilizam o poderio do verbo para coagir e demonstrar que a verdade anda atrelada às suas diretrizes.

Como sempre, a busca por fazer valer a opinião sempre norteou o pensamento humano. Nas famílias discussões são empreendidas de forma irracional, um quer mostrar ao outro que tem razão, custe o que custar, mesmo que para isso tenha que existir agressões das mais lamentáveis.

Nas empresas colegas tornam-se oponentes em triste competição para obter a verdade que, muitas vezes, vem presenteada com o elogio do líder, e faz inflar o ego porque mostra ao outro de qual lado estava a razão.

A alma humana ainda navega no rio e rema contra a correnteza de si mesma. A Terra, não raro foi tingida de vermelho sangue para saciar a sede da verdade que possuíam algumas pessoas alienadas quanto aos valores do bem e de respeito ao próximo.

A busca insana pela verdade foi, pois, a responsável por muitas atitudes absurdas cometidas ao longo de milênios de uma civilização incivilizada.

Transportando esses fatos para a questão pertinente à divulgação do Espiritismo, entende-se que há dois tipos de divulgadores da Doutrina Espírita:

Aqueles que divulgam para mostrar que suas idéias são superiores as dos outros. E aqueles que divulgam por amor, por entender que o Espiritismo é fonte inesgotável de consolo e instrução.

Aqueles que divulgam para mostrar que a verdade está a seu lado o fazem de forma prepotente, suas vozes uivam o preconceito e o desrespeito à opinião alheia.

Aqueles que divulgam por entender que o Espiritismo faz bem o fazem de forma serena, calma e tranqüila, sempre respeitando o ponto de vista alheio.

Aqueles que divulgam por paixão a pseudo verdade o fazem de forma agressiva, quase violentando o raciocínio alheio.

Aqueles que divulgam por ideal compreendem que cada criatura está em um degrau evolutivo diferente, por isso compreendem.

Aqueles que divulgam de forma a considerar o Espiritismo dono absoluto da verdade o fazem com ar de superioridade, constrangendo, não raro, seus interlocutores.

Aqueles que divulgam por amor o fazem de forma humildade, abrindo assim a tela mental de seus interlocutores.

Aqueles que divulgam para ter razão o fazem para si mesmos.

Aqueles que divulgam para auxiliar o fazem para todos.

São dos tipos de divulgadores do Espiritismo, cabe-nos então, fazer uma auto avaliação para saber em qual categoria de divulgadores melhor nos encaixamos.

Pensemos nisso.

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