A idade que compreende entre 15 e 30 anos tem sido uma das mais problemáticas quando o assunto é suicídio, que já se configura na segunda maior causa de mortes de jovens desta idade.
Ao aplicar a pesquisa
sobre ideação suicida no grupo dos homoafetivos fiz questão, portanto, de
separar uma análise das pessoas que estão entre os 16 e 30 anos, e que depois,
em outro momento, tratarei de aprofundar as ponderações acerca do tema deste
sub grupo.
No total 112 pessoas
foram entrevistadas com o objetivo de verificar se a orientação homoafetiva, de
alguma forma, tem implicações na ideação suicida.
Deste total de 112
pessoas 69% dizem que já pensaram em interromper a existência.
Vamos, agora, para os
homoafetivos que estão no rol que compreende 16 a 30 anos.
Constatou-se que 57
entrevistados estão entre os 16 e 30 anos, o que mostra ser 51% do universo de participantes.
Deste cenário, ou seja,
apenas aqueles que estão entre 16 e 30 anos, foi verificado que 75% já pensaram
em suicídio.
O que nos diz esta
informação?
Corrobora justamente
com os números já apontados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e Ministério
da Saúde do Brasil, que a idade entre 16 e 30 anos é, de fato, a que requer
mais cuidado quando se fala em ideação suicida.
Por que pessoas com
esta idade trazem esta propensão às ideias suicidas? Como bem sabemos, sendo o
suicídio um evento que tem muito mais do que uma simples causa, cabe-nos, de
alguma forma, tentar compreender quais seriam as razões principais, e, ainda, o
start, aquela situação em que o indivíduo diz: Já não dá mais, pararei por
aqui.
Esta compreensão das
causas e do gatilho, aliás, como se pode supor, torna-se fundamental para um
tratamento personalizado do indivíduo, pois as dores são únicas e nada lineares
em se tratando de Espíritos imortais, portanto, com biografias completamente
diferentes uns dos outros.
Numa simples
ilustração, está dito acima que um evento dramático para uma pessoa pode não o
ser para outra, eis que aí, bem aí reside a chave para não desprezarmos
quaisquer tipos de dores que se apresentam.
No caso dos
homoafetivos, a pesquisa que aplicamos sugere que este grupo pode, sim, ser
considerado de risco e que, portanto, necessita de atenções mais acuradas.
Então, colam-se aos
tantos outros fatores de risco para o suicídio as questões que envolvem a
experiência da homoafetividade.
E neste tocante
destacam-se dois elementos apontados pelos participantes da pesquisa:
1 - Os dilemas íntimos
do indivíduo que tem orientação homoafetiva, as dificuldades em aceitarem-se e,
ainda, o receio da rejeição e da violência física e psicológica que enfrentam.
2 - Quando perguntados
se sentiram discriminação por parte de familiares, dos 112 entrevistados, 79 %
responderam que já se sentiram vítimas da discriminação por parte da família.
E, na pergunta
seguinte, quando indagados se consideram que a maior carga de discriminação vem
por parte da família, instituições religiosas, colegas de trabalho ou amigos,
assim se manifestaram:
47% família
44% instituições
religiosas
8% colegas de trabalho
1% amigos
Portanto, constatou-se,
ao menos neste trabalho, que família e instituições religiosas são consideradas
as instituições que, ao invés de serem fatores de proteção acabam,
infelizmente, sendo fatores de risco aos homoafetivos no que se refere à
ideação suicida.
Diante do quadro
exposto, cabe trazer esta informação para a família e aos coordenadores das
instituições religiosas para que, de fato, abram diálogo com aqueles que estão
na experiência da homoafetividade, a fim de que estes últimos possam receber o
acalento, acolhida e apoio de duas das mais longevas tradições humanas: família
e religião.
Ao receberem um
acolhimento necessário, e, registre-se, justo, sentir-se-ão mais queridos e
aceitos por estas duas instituições, o que, certamente, trará algo a menos com
o que se preocupar, e isto é fator de proteção, e que, por consequência, poderá
diminuir a pressão diante das angústias e dificuldades naturais que se
apresentam num mundo de prova e expiação como a Terra.
Portanto, trata-se de
medida de prevenção ao suicídio humanizar as instituições religiosas, ou
melhor, informar aos coordenadores destas instituições para que humanizem suas
abordagens, posto que todos, absolutamente todos somos Espíritos imortais antes
de sermos caracterizados pelo gênero que temporariamente ocupamos num corpo
perecível.
Ao partir da premissa
de que os Espíritos não têm sexo, de que as verdadeiras afinidades são as da
alma, chega-se a conclusão de que alimentar preconceito é abrir mão do
raciocínio lógico, posto que a conclusão, ao aceitar a premissa acima, é a de
que o respeito deve ser a tônica das relações humanas.
No que tange à família,
destaca-se a importância de seguir os conselhos dados pelos Espíritos
Superiores, de que se deve estreitar os laços entre seus participantes.
Mas o que isto
significa em termos práticos?
Ora, estabelecer
relações de transparência, no intuito de que os membros desta família possam
confiar uns nos outros sem terem que ter receio da rejeição ou da reprovação
por parte de outros componentes da família. Isto é, exatamente, estreitar os
laços, aproximar as pessoas umas das outras, transformar o ambiente familiar em
um cenário de paz e refrigério, posto que, ao estreitar os laços pode-se ser
quem é, sem nenhum tipo de receio de retaliação.
São dois pontos bem
interessantes que se deve trabalhar no que concerne à prevenção ao suicídio:
família e instituições religiosas, dois importantes fatores de proteção ao
indivíduo. Nesta dupla poderá estar muito das alegrias e tristezas vivenciadas
pelos Espíritos que estão encarnados neste planeta.
Os números estão aí,
para bem os utilizarmos em benefício da felicidade das pessoas.
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