Pedofilia...




Representa para nós, homens, o papel da fragilidade temporária, digo temporária porque cedo ou tarde tornar-se-ão adultas e deixarão, pelo menos em tese, a fragilidade infantil de lado.

Já os adultos representam, pelo menos em tese, a força e a disciplina que devem cuidar da fragilidade infantil. É natural que assim seja, o mais forte conduzindo com segurança o mais frágil.

No entanto, atualmente tomamos contato com algo estarrecedor, que contraria todos esses valores: a pedofilia.

A pedofilia choca porque mostra o adulto abusando, maltratando, maculando a fragilidade infantil. Alguém que deveria cuidar, mas abusa. Alguém que deveria amar, mas machuca. Pior quando são padrastos ou outros familiares a abusar da criança. No seio da família a dor e indignação tornam-se ainda mais agudas.

Todas as vezes que tomo ciência de uma criança vítima da pedofilia lembro de meus filhos. Coloco-me no lugar dos pais e fico a imaginar o trauma que enfrentará a família, e, sobretudo, a criança.

Como tomar conhecimento de tamanha barbaridade sem se envolver? Como ficar alheio às notícias de pedofilia que estão estampando os jornais de nosso país?

Todos querem saber as razões que levam um indivíduo a envolver-se sexualmente com uma criança. No entanto, por mais nos esforcemos não acharemos razões palpáveis para desculpar esse desequilíbrio sexual. O pedófilo é, sem dúvidas, uma criatura doente.

E doentes merecem tratamento sério nos mais capacitados hospitais do corpo e da alma. A propósito, enquanto nosso mundo não alcançar a tão sonhada evolução moral, ele será hospital a abrigar doentes com as mais variadas enfermidades físicas e espirituais.

A história humana mostra que criaturas alucinadas sempre estiveram por aqui, em todos os tempos e épocas facínoras perambularam pelo mundo. E o preço da pouquíssima evolução moral de nossa espécie é: prendem-se pedófilos e surgem corruptos, punem-se corruptos e aparecem traficantes, enjaulam traficantes e surgem estelionatários, de modo que, se não progredirmos moralmente ficaremos assim, eternamente nessa briga de rato e gato, punindo e construindo penitenciárias para enjaular doentes.

É necessário quebrar esse elo de absurdos pela evolução moral. No entanto, enquanto não evoluímos ao ponto de respeitarmos ao menos as crianças, imperioso se faz traçar planos de ação para minimizar os efeitos nefastos dos pedófilos.

Os pais podem colaborar nesse mister observando com acurado cuidado o comportamento dos filhos, principalmente quando estes estão à frente do computador, plugados à internet. Os limites para o computador devem ser claros: horário estabelecido, não conversar com estranhos e não deixar soltas informações pessoais em sites de relacionamentos. Muitos casos de pedofilia são construídos a partir da rede mundial de computadores, não raro dentro do lar e bem próximo dos pais.

Importante, também, colocar na pauta da família o assunto concernente a sexualidade, mostrando à criança que os cuidados com o corpo devem ser prioritários, que ela não pode se deixar levar por conversas aparentemente amistosas de estranhos, e que, se perceber algo de errado deve imediatamente avisar aos pais e familiares. O sexo precisa deixar de ser tabu. Crianças educadas sexualmente têm menores chances de sofrerem nas mãos de aproveitadores.

Quando os casos de pedofilia envolvem familiares a questão torna-se ainda mais dolorosa. A mulher que se separa, obviamente pode e deve recosntruir sua vida sentimental, todavia, principalmente se tiver filhos pequenos é de bom alvitre que selecione com toda atenção o novo companheiro, a fim de que não se arrependa futuramente.

São medidas que podem coibir a ação dos desequilibrados sexuais, porém, apenas a evolução moral dos habitantes de nosso globo fará a mudança real, e então, não mais gastaremos tempo discutindo assuntos referentes ao fundamental: o respeito e amor às crianças.

Pensemos nisso.



Wellington Balbo

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